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Última modificação em 26 de setembro de 2025 por Yasmin Cardoso
Já ouviu falar em comunicação inclusiva? Se não, a sua estratégia de marketing está, muito provavelmente, falhando em se comunicar com uma fatia gigantesca do mercado brasileiro.
Se você usa jargões sofisticados, termos complexos e cria textos longos, pare e reflita: você tem certeza de que está falando com 100% dos seus potenciais clientes?
Os números do Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF) revelam uma verdade inconveniente, mas cheia de oportunidades: 3 a cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais. Mais precisamente, 36% da população está em um nível elementar de alfabetismo, lutando para interpretar textos abstratos, dados e formulários complexos.
E quase todo (96%) esse público está ativamente conectado à internet. Eles não estão fora do seu funil, mas podem estar sendo ignorados pelas barreiras de linguagem da sua comunicação.
Neste cenário, a comunicação inclusiva deixa de ser apenas uma pauta de responsabilidade social e se torna um diferencial competitivo do mercado.
Para quem busca aumentar o alcance e, principalmente, melhorar o marketing para o público C e D, falar de forma clara e objetiva pode contribuir para a conversão.
Neste artigo, vou apresentar 4 estratégias que sua marca precisa para transformar essa falha de comunicação em uma vantagem competitiva.
O custo da complexidade
Ainda há uma crença muito forte de que complexidade equivale a sofisticação. A verdade é que a linguagem rebuscada cria atritos que custam tempo, recursos e, principalmente, vendas.
Para você entender na prática, detalho a seguir os prejuízos diretos que a complexidade da comunicação pode gerar para o seu ou qualquer negócio:
1. Perda direta de conversão e receita
A maior dor de cabeça de qualquer gerente de e-commerce ou vendas é ver o cliente desistir no último passo. Isso pode ter relação com a comunicação:
Abandono de carrinho e formulários
Quando o cliente não entende o que está sendo exigido nos campos obrigatórios (exemplo: “insira seu código postal” ao invés de “insira seu CEP”) ou se a descrição do produto usa jargões que ele não domina. Até mesmo quando não entende o motivo pelo qual certas informações estão sendo pedidas.
Ele não vai ligar ou mandar e-mail para perguntar, ele simplesmente vai embora. Uma venda perdida porque a comunicação não foi inclusiva.
Ruído na oferta
Se o título do seu anúncio ou landing page é abstrato ou cheio de palavras em inglês, siglas e jargões (exemplo: “otimize seu workflow com nossa plataforma SaaS de IA“), possíveis clientes de nível elementar não captam o valor tangível.
Eles não compreendem rapidamente o que vão ganhar, e a conversão cai.
2. Falta de engajamento nas mídias digitais
No ambiente altamente competitivo das redes sociais e e-mails, o tempo de atenção do usuário é mínimo. Textos complexos são o inimigo número um do engajamento.
Títulos difíceis de entender ou textos gigantes que parecem artigos científicos são frequentemente ignorados. A maior parte do público prefere o visual e o concreto.
Se a sua mensagem não é direta e não entrega o benefício logo nos primeiros segundos, ela é rapidamente trocada por algo mais fácil de consumir.
3. Aumento dos custos operacionais (SAC)
A clareza é a melhor forma de dar suporte ao cliente. Quando a comunicação pré-venda ou pós-venda falha, o custo é transferido para o seu atendimento ao cliente (SAC).
Os clientes ligam, enviam e-mails ou iniciam chats de suporte porque não entenderam as FAQs, os manuais de instrução ou os termos de serviço. Cada interação de suporte tem um custo que aumenta de forma não linear quando a comunicação é complexa.
Além disso, quando o cliente precisa de esforço extra para entender seu produto ou serviço fica frustrado. Essa frustração leva à insatisfação e ao abandono, provando que a complexidade não gera apenas um custo operacional, mas uma ameaça à retenção de clientes.
4. A desconexão com o maior público do Brasil
Ignorar a comunicação inclusiva é, na prática, excluir as classes com maior volume populacional.
A dificuldade de leitura está concentrada, mas não limitada, no público C e D. Ao usar termos complexos, a empresa cria um muro invisível, sinalizando: “nossa marca não é para você”.
Se a sua empresa busca crescimento massivo e penetração de mercado, ignorar o fato de que 36% dos brasileiros estão no nível elementar é uma decisão estratégica catastrófica. Você está entregando essa fatia da audiência para o concorrente que souber falar de forma mais acessível.
Sendo assim, acreditar que a linguagem complexa é sinônimo de marca inteligente ou premium é o maior erro estratégico que sua empresa pode cometer.
As maiores e mais eficazes empresas do mundo, como Apple e Google, se destacam justamente por descomplicar o complexo. Elas traduzem tecnologia de ponta para o benefício direto, usando a clareza como um sinal de confiança e autoridade.
A comunicação inclusiva não significa “infantilizar” o texto. Significa respeitar o tempo e a capacidade de interpretação de cada leitor. Uma marca verdadeiramente inteligente usa seu conhecimento para simplificar.
4 estratégias para maximizar o seu alcance
Se a clareza é a nova moeda de troca, como podemos traduzir a inteligência do seu negócio em uma linguagem que engaje 100% do mercado?
A solução está em estruturar a comunicação para que o valor seja universalmente acessível.
Conheça as 4 estratégias essenciais para quebrar as barreiras de linguagem e garantir que sua mensagem chegue aos 36% que a concorrência está deixando para trás:
1. Use linguagem de benefício (foco na ação):
As principais barreiras para o público de nível elementar são as palavras difíceis e os jargões técnicos que não se conectam com a vida real.
Profissionais de marketing, sem querer, constroem muros ao usar termos internos que não significam nada para o cliente final. Para que sua comunicação engaje, a regra é clara: troque a funcionalidade pelo benefício tangível.
Verbos de ação e linguagem concreta
Sua comunicação deve ser uma instrução clara do que o produto faz e do que o cliente ganha com ele.
Fuja dos abstratos: palavras como “otimizar,” “sinergia,” “escalabilidade,” e “plataforma all-in-one” não significam resultados concretos. Use termos que descrevam ações físicas ou resultados financeiros.
Priorize verbos de ação: o público precisa saber o que ele deve fazer ou o que seu produto fará por ele. Use verbos no imperativo (compre, clique, economize, descubra) e na voz ativa.
Você pode substituir, por exemplo: “Faça o download do nosso e-book sobre a jornada do usuário.” por “Baixe o guia grátis para saber o que seus clientes procuram.”
Uma dica: sempre que escrever uma peça de comunicação, faça o seguinte teste: tente explicar em uma frase simples o que o produto faz e qual o benefício, como se estivesse explicando para a sua avó ou alguém leigo.
Ao focar em benefícios imediatos e concretos, você elimina o esforço de interpretação, aumenta a confiança e garante que a mensagem de valor do seu produto ou serviço seja absorvida.
2. Crie conteúdo escaneável (otimização de tempo):
A segunda barreira da comunicação complexa é a densidade do texto. Em um ambiente digital onde o tempo de atenção é escasso (e a dificuldade de interpretação é alta), um bloco de texto é ignorado.
O conteúdo deve ser fácil de entender e de consumir. O objetivo é permitir que o leitor de nível elementar absorva a essência da sua mensagem apenas “passando os olhos” pela página.
Estrutura e destaque visual
A escaneabilidade é uma técnica de UX Writing que garante que o usuário encontre a informação mais vital em segundos, reduzindo a frustração e impulsionando a conversão.
Como aplicar a escaneabilidade na prática:
Parágrafos curtos e diretos: mantenha os parágrafos com no máximo 3 a 4 linhas. Parágrafos longos intimidam e convidam ao abandono. Cada parágrafo deve ter uma única ideia central para facilitar a digestão da informação.
Uso estratégico de negrito: ele é uma ferramenta de hierarquia de informação. Use-o apenas nas palavras-chave que carregam o benefício principal ou o próximo passo obrigatório.
Listas: sempre que possível, transforme frases contínuas em listas numeradas ou com bullet points (•). Isso quebra a monotonia e facilita a retenção de múltiplos itens.
Ideal para: descrições de produtos, requisitos, benefícios ou passos a seguir.
Ao otimizar seu conteúdo para a leitura rápida, você inclui o público com baixo nível de letramento, e ainda agrada profissionais ocupados, por exemplo.
3. Priorize a multimídia (a regra do 70/30):
No contexto de comunicação inclusiva, o texto é apenas uma das ferramentas, mas nem sempre a mais eficaz. Para o público em nível elementar, a interpretação visual e auditiva é frequentemente mais rápida e confiável do que a decodificação de um texto complexo.
Por isso, adotamos a regra 70/30: 70% da informação crucial deve ser transmitida por meio de recursos multimídia, e apenas 30% pelo texto de apoio.
O vídeo e a imagem como aceleradores de entendimento
O uso estratégico de multimídia torna sua comunicação mais envolvente e reduz o risco de erro na interpretação, o que afeta diretamente sua taxa de conversão e a satisfação do cliente.
Tutoriais visuais em vídeo: para explicar um processo (como se cadastrar, como usar um produto ou como pagar uma fatura), o vídeo curto é imbatível. Ele elimina a necessidade de ler longos manuais, traduzindo as instruções em ações concretas e replicáveis.
Infográficos e cards: nas redes sociais e landing pages, evite carrosséis longos de texto. Use infográficos com pouco texto e foco total em ícones, setas e números grandes para destacar o benefício principal ou o passo a passo.
Ao priorizar uma mensagem simples e visual, sua marca constrói pontes com o público que tem dificuldade de ler, mas que é altamente engajado com o conteúdo multimídia da internet (os 96% que estão online).
A informação é absorvida pelo atalho visual, tornando sua comunicação mais acessível e eficaz.
4. Use a escrita preditiva e simples:
A última estratégia, e talvez a mais crítica para a conversão, reside nos pequenos detalhes: o texto dos botões, das mensagens de erro e dos campos de formulário. Se as grandes peças de conteúdo (texto e vídeo) atraem o cliente, esses micro textos o guiam até a compra.
A escrita preditiva elimina qualquer margem para dupla interpretação. Para o público em nível elementar, uma mensagem ambígua é uma barreira intransponível que leva ao abandono imediato.
É importante garantir que o usuário saiba exatamente o que esperar após cada clique e o que fazer caso algo dê errado. Você pode fazer isso com:
Botões e CTAs (chamadas para ação) diretos:
O texto de um botão deve ser sempre claro e refletir o benefício ou a ação específica que virá em seguida.
Evite o genérico: troque “Enviar” ou “Continuar” por frases curtas que indiquem o valor: “Baixar o Guia Grátis”, “Pagar com PIX” ou “Receber o Desconto Agora”.
Mensagens de erro construtivas:
Mensagens complexas ou com códigos técnicos são a receita para a frustração e para o aumento do custo de suporte (SAC).
Uma escrita preditiva diz ao usuário o que aconteceu e, crucialmente, o que fazer para corrigir.
O que evitar: “Ocorreu um erro.”
Melhor opção: “Ocorreu um erro. Por favor, preencha o campo CPF para continuar.”
Ao aplicar a escrita preditiva consistentemente, sua marca constrói um caminho lógico e sem atritos para a compra. Você transforma a experiência do usuário em uma trilha clara, eliminando as dúvidas que levam os 36% da população a desistir da conversão.
Conclusão
Se você chegou até aqui, já sabe: a comunicação inclusiva é o novo padrão de eficácia.
A decisão de falar de forma simples e implementar essas 4 estratégias garante que cada centavo investido em conteúdo, performance e alcance traga o retorno máximo.
Ao descomplicar sua linguagem, você elimina os ruídos que levam ao abandono de formulário, reduz os custos com SAC e, mais importante, inclui os 36% da população que seus concorrentes insistem em ignorar com seus jargões. A clareza é o que separa a marca que se comunica da marca que realmente converte.
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